quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

SOLACE - Júlio Dolbeth



inaugura a 1 de março 18h

até 29 de março
ESPAÇO GESTO - rua cândido dos reis, 64


SOLACE
Existe alguma ambiguidade na definição portuguesa do vocábulo solace. O termo aplica-se como sinónimo de consolação, mas também pode significar alívio. Parece-me que a consolação não estará obrigatoriamente implícita no alívio, mas que este poderá realmente ser uma consequência de um gesto ou momento de consolação.
Solace é uma palavra inglesa que me agrada, por si só, parece-me suficiente para definir a tensão e as indefinições dos trabalhos expostos, reflectindo e potenciando essa ambiguidade suspensa e as tentativas de mapear a ideia de consolação ou refrigério. O ponto de partida para este projecto foi o fascínio que alguns pintores do Renascimento italiano exercem sobre mim, em particular Antonello da Messina (1430 -1479), pintor siciliano cujas obras eram por vezes confundidas com as de artistas flamengos, devido ao detalhe e rigor, à delicadeza e à profundidade da cor e à harmonia compositiva das cenas representadas. Solace conta aqui estórias, ou exercícios narrativos - onde se confunde o real com o imaginário e as situações do quotidiano com realidades ficcionadas - que se impregnam de códigos e símbolos pessoais, permeáveis a várias influências e citações mais ou menos directas e óbvias. É uma exposição de desenhos, bidimensionais e tridimensionais e, pelo potencial narrativo das imagens, posso assumir que se trata afinal de uma exposição de Ilustração. Interessa-me aqui, em particular, o transcender dos limites da Ilustração como exercício comercial, que é geralmente definida por abordagens formais - sempre próximas do Desenho - que promovem o dogma da imagem publicada e da expressão visual de um texto, apenas como um apêndice para a sua compreensão. Trabalhei pois a Ilustração como exercício auto-narrativo, mais próxima do picture-book, do livro de esquissos ou, simplesmente, como um processo gerador imagens a partir de um universo íntimo, que se transporta para o papel essencialmente através de metáforas visuais.


Júlio Dolbeth

Nasce em Angola em 1973, Júlio Dolbeth inicia a sua actividade profissional em 1996 como Assistente estagiário, na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, onde trabalha actualmente como docente do departamento de Design de Comunicação.
Durante a licenciatura foi bolseiro Erasmus em St. Etienne, França e frequentou um curso intensivo de Ilustração na Escuela Taller de Dibujos Animados em Madrid. Foi professor de desenho de figura humana, na Escola de Moda do Porto. Defendeu a dissertação de Mestrado em Arte Multimedia, em 2002, pela Fbaup/Feup, com o título "Pele Artificial". É actualmente investigador em processo de doutoramento, na área da Ilustração.
Paralelamente desenvolve trabalho como ilustrador com colaborações impressas nas publicações: Águas Furtadas, Bíblia, Blue Design, Cabeça de Ferro, Café, Calendário 2008 Voltas no Carrossel, DIF, Fabrico Próprio, Jornal Público, Parq, Search e WAD, entre outros. Desde 2006 mantém um diário gráfico online com Rui Vitorino Santos, intilulado Pandora Complexa.
É um dos fundadores da Associação Cultural e Recreativa Dama Aflita e um dos responsáveis pela galeria homónima, no Porto, dedicada à Ilustração e ao Desenho, com exposições regulares desde 2008.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

O Último Sono - ilustração de João Fazenda





Excerto do artigo publicado em 22 Novembro 2009 no New York Times.
saiba mais aqui: http://www.nytimes.com/2009/11/22/books/review/Schillinger-t.html?_r=1