quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

DESORDEM | Claudia Lopes



Inaugura a 7 Janeiro 18h
até 31 de Janeiro
ESPAÇO GESTO - rua cândido dos reis, 64


DESORDEM

Assim como em labirintos, onde a confusão se mostra organizada (e magicamente se faz invisível quando neles nos perdemos), em Desordem, conter ou dar à mostra fica para lá da vista. Acreditar na fuga de um labirinto é uma banalidade. O labirinto não persegue mas dispõe. Dispõe como um invólucro o faz, molda um negativo entre as suas paredes, alberga. O que percorre um labirinto não diz mais nem menos das paredes de um labirinto, nem tampouco as paredes dizem sobre o que passa pelos seus corredores. Assim é feito o inviolável respeito pelo que é contido. Fosse um truque de mágica rebater as paredes do labirinto nada nessa visão nos daria mais.
Desordem afiança a promessa de organização para a cedo consumir. Formas que se abrem, marcações dos seus limites, contornos que respondem ao anseio pela rasura ou pela ocultação. O contorno das formas que aqui se mostra, aparece para satisfazer a expectativa do novo ou para o gesto da sua anulação assim que criado? Desordem dá-nos à escolha; situa-nos entre o acolhimento ou a consumação. Evoca-se o vazio ao olhar estes caixilhos de nada. E embora o tom não seja desolado é certamente de um desencontro qualquer. Fica por saber desencontro com o quê.

André Alves


Claudia Lopes

1977, Porto. Licenciada em Escultura pela FBAUP. Frequenta o mestrado de Criação Artística Contemporânea na Universidade de Aveiro. É responsável pelo atelier de Expressão Plástica do Centro Hospitalar Conde de Ferreira. Colabora desde 1998 com o movimento intercultural Identidades em projectos de desenvolvimento em Moçambique e Cabo Verde. Participou em várias exposições e integra actualmente o Projecto Colector.

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